quinta-feira, maio 17

:: Quinta-feira, 10 de maio :: Parte II

Na sala de imprensa do Anhembi, um mimo: máquinas de café expresso da Nestlè. Ubi jornalistas, ibi café!

Internet Wi-Fi, sandubas, mesas redondas, cubículos para escrever com o laptop, computadores com internet banda larga, televisão, e eita, essa é a Ilze Scamparini (!).

Depois da confusão dos passes, fomos de carro do Estado de Minas para o Pacaembu. Fiquei na dúvida se levava ou não o laptop. Algo me dizia, leva, just in case. E lá fomos nós!

Chegamos e não pudemos estacionar muito perto. Na hora de descer do carro, ainda perguntei ao Rodrigo: Você acha que eu levo o computador? (estava numa mochila) Ele hesitou. Não sei, de repente é mais seguro ficar no carro.

Pensei, se ficar aqui, na saída terei de me encontrar com o motorista para depois ir caçar o ônibus do meu grupo, no meio da multidão... Não ia dar certo. Novamente a voz me dizia: leva, você trouxe até aqui, tá disfarçado na mochila.

Resolvi encarar o peso e o risco.

Lá fomos. Falamos com vários jovens ao redor do Pacaembu. Estrangeiros, brasileiros da Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Distrito Federal. Perguntas para o povo fala, sobre aborto, células tronco e o ficar. Sobre o aborto, todos unânimes: "sou a favor da vida". E cada um fundamentava sua resposta de uma forma, nem sempre religiosa.

Foi marcante ver jovens de todos os lugares do país responder em uníssono contra o aborto. E falamos com mais de dez pessoas!

Arruda
Mas ainda mais marcante foi a sorte que tive de entrevistar exclusivavemente o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Foi assim: saí do "curral" (lugar onde ficam 'ilhados' os jornalistas) para pegar emprestado um cabo USB para descarregar as fotos da minha máquina no computador, para enviar ao jornal e... dei de cara com o Arruda. Ele estava descendo o lance de escadas e venci minha antipatia pessoal, encarei o homem e falei: muito prazer, governador, sou Fernanda Velloso, repórter do Correio Braziliense.

Ele me olhou completamente surpreso (parecia meio amortecido pela ocasião) e disse: Como vocês me descobriram aqui? Não contei a ninguém que vinha !

Eu, naquela hora pensei, é a minha chance, não saio do pé deste homem. Fui com a comitiva até a região do estádio que estava reservada à autoridades (que ficava logo abaixo ao local reservado aos jornalistas). Sentei-me ao lado dele e conversamos por uns 25- 30min, eu acho. Sinceramente, eu não acredito até agora na naturalidade que encarei essa entrevista, tirando o fato que eu pensava o tempo todo, meu Deus, e o que eu vou perguntar para este senhor? Ele estava muito à vontade, contou coisas muito pessoais. Depois eu vi que no Correio publicaram apenas algumas linhas do que eu havia enviado. Mas a minha foto também entrou!


"Países que legalizaram o aborto depois tiveram um problema grave: foram feitos abortos menos nos casos de risco de vida da mãe ou estupro que nos casos de 'gravidez indesejada'. Ou seja, abriram precedente."

(Vou postar toda a entrevista, o Correio publicou apenas uma parcela).

Wi-Fi
Ao chegar no espaço reservado à imprensa, vi que todo o mundo (reuters, nyt, el país,...) além de presente por meio de seus correspondentes, estava com seu computador no colo. Liguei o meu e... surpresa: Wi-Fi conected! Gritei ao Rodrigo: Eita, temos internet aqui! Demais, vamos mandar as matérias direto daqui mesmo. Foi o que nos salvou pois o evento terminou mais de 21h !!! (horário de fechamento do jornal). E olha que eu quase deixei o computador no carro, hein? Outra vez, agradeci a providência divina !

Um comentário:

Fernanda disse...

Que legal saber dos bastidores jornalísticos e que bonito perceber como a vinda do Papa fez as pessoas tomarem umas atitudes frente a tudo: aborto, relacionamentos, fé etc! E que bom é saber que o "papa voltou outro do Brasil"! Sejamos de fato a esperança da Igreja!