segunda-feira, julho 20

não se demore

quero ainda conversar com você
quero me deitar
e te cantar versos bonitos
te dizer outras coisas

ouvir sua voz
para descansar e acreditar que a vida vale a pena
que o amor sempre vence
que acordar amanhã vai ser
estar mais perto de te ver
que meu colo vai precisar do seu cansaço

que teu abraço vai diminuir a minha exaustão
ah, vai, não me deixa a te compor
esses versos meio tolos
com palavras instantaneas
que depois te enchem de calor

fico aqui, a te esperar
e que outra graça tem de aqui estar?
vem, meu amor, não se demore
ainda tenho a noite inteira para te amar

quinta-feira, julho 16

efeito

Sabe quando você quer dizer algo
Quer ter algo novo
Criativo
Gostoso para escrever

E não tem?

Mas mesmo assim insiste
Espreme
Aperta

E escreve?

Sabe quando você quer por no papel
o que sente
nem sabendo para quê
e sabendo que não vai conseguir?

Mas você tenta
Insiste
Espreme
Aperta

E escreve?

Sabe quando tua veia artística
anda tão à flor da pele
que um espirro
é uma desculpa

um suspiro
é um vocativo

uma risada
vira uma vírgula

e tudo se encaixa
na poesia

(e muito além dela)?



Digo a quem por ventura perguntar
que é seu efeito em mim

:)

quarta-feira, julho 8

eu vou

pego gripe, quase me perco no meio da mata atlântica
fico cansada de me descansar, fico doente de me resistir e te esperar

mas vou até o fim do mundo
a te procurar

a querer ouvir tua voz
a esperar o teu oi
a olhar tuas mensagens
a curtir alguma resposta

me viro
dou um jeito
e sem tempo
sem meios
encontro um momento
um alvo e uma forma
de te escrever, ligar, mandar um pedaço do meu amor.

e sabe o que eu descobri?

que o amor é uma arte de se multiplicar-se
e de inventar-se

pq não é mesmo suficiente dizer apenas uma vez eu amo você
não é tolo repetir outra vez
nem parece sem sentido que cada vez
soe como a primeira
ou seja bom ouvir como se não se soubesse

não se sabe do amor
nada sabemos
o experimentamos
o vivemos
e o construímos

com os gestos, sentimentos, claro
e também com essas palavras

que só são repetitivas aos olhos de quem a mensagem não é alvo.
sim, eu escrevo a você que amo você pois é quem importa receber.
não te soa sem sal
nem repetitivo pois a cada vez, para o meu amor, é diferente

como a cachoeira que deixa-se cair
como o rio que deixa-se passar

parece sempre o mesmo, mas é sempre outro
são outras águas novas a se despencar
outras chuvas a molhar-nos

e Deus nunca deixa o amor se esgotar na repetição.

se repetimos é porque sim somos um tanto limitados
limite, sim, na expressão

por que na arte de amar
essa Deus ao homem caprichou e limite

não creio que há.

amo-te e não me repito.
mas novamente te escrevo e te digo

amo-te meu amor por hoje comigo
amo-te amanhã com certeza
e depois de amanhã com outra natureza

mas pode deixar que amanhã
e depois de amanhã

voltarei a lembrar-te disto.

terça-feira, julho 7

instantâneos

Tá bom, eu me rendo, vou aos poucos perdendo o jeitão old fashion.

Passo a criar sem usar a caneta.

Meus dedos escolhem as letras, agora:
Ora no teclado do computador, ora nos botõezitos do celular.

São sim meus poemas instantâneos e com um público de conjunto unitário direcionado.
E me relutei, por isso, a publicá-los. Mas pensando bem, que mal tem?
E se não fosse este criativo a libertar sua criação de sua direção como eu poderia também aproveitar os cartões?

Com esta introdução, segue agora a nova classe de publicações,meus poemas instantâneos:

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não deixo de vir aqui,
como num assalto,
para compor uns poemitos a ti.

corro os dedos pelo teclado
sem escolher direito
e a deixar tudo registrado por aqui...

sou contente, a cada dia
e ainda mais com você

penso nos meus instantes ao teu lado
e sonho com o dia de multiplicá-los
sem precisar que eles tenham que esperar
por um avião de volta no final

ah o avião me traz de volta

mas um dia
sempre me trará você.

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