terça-feira, setembro 30

amigos, não mais

Ainda não sei porque
eu mesma insisto
volto a te ligar

Procuro a tua atenção
Ei, não quero o teu carinho
Não espero que me correspondas

Digo isto nas palavras
Mas tu, teimas, e lês outras coisas
Nos meus olhos
nos meus (curtos) silêncios, 
nos gestos 

Clamo tua opinião
Divido contigo uma 
descoberta

mas que pouco isso te importa
quanto desdém! 

E o amigo, que será que tive... 
para onde fostes esconder-te? 

terça-feira, setembro 23

engano

Nas memórias

Puxo a âncora

E peço ao tempo

Que pare de correr


Nas fotografias

Vejo a certeza

Do teu sorriso

A me esperar


Nestes telefonemas

Que vão enganando os olhos

Guardo o coração

De se deixar a jogar pelo gancho

 

 

quinta-feira, setembro 18

parêntesis

Ouve devagar (a brisa)

Espera
mais um minuto 
para respirar (o mar)

Senta
em outro lugar (debaixo do sol)

Põe teus pés na areia
e resolve (com cuidado)

deixa o tempo te acalmar. 

sintonia

Quem disse que não existe sintonia
no primeiro passo
no primeiro olhar
logo no abraço

é quem nunca te tirou para dançar. 

silêncio por companhia

Não ouso ouvir nada
além do teu
desmanchar-se

nem procuro outro cantor
outra banda
a tocar ao meu lado

quero deixar-me suavizar
por tua brisa
ao contemplar o teu trabalho

de ondas fazer
levar e trazer... 

segunda-feira, setembro 15

melhor sombra ou água fresca?

São imperiais e festivos,
cheios de algazarra
em suas cores

Dourados pelo sol,
penteados pela brisa

eles enchem-se de si
abrem os braços,
erguem-se 
para referenciar o mar

Gentis coqueiros,

Em tuas sombras
me recomponho

Em olhar a vós 
me encanto

E a esperar os frutos (cocos! água! doces!) 
me conforto. 

bahia

Ah!
Mas já tenho saudades da Bahia... 

tendo pisado em suas areias somente 
por um dia ! 

debaixo dos coqueiros

Grande senhor
silencioso e suave 
robusto

Erguem-se tuas ondas
como aquele teu convite

põe teu pé aqui

Voltam as espumas 
chegam as conchas 
Refazendo em sorriso
tua saudação 

Põe teu pé aqui,
me dizes

Recolho minhas coisas
Nem quero pensar em dizer

Adeus

Sei que vou voltar
Não sei como nem por que 
Segura posso afirmar

Ainda assim, eu sei
Voltarei a ver 

este mar. 

sexta-feira, setembro 5

Existe?

Existe, então
saudade sem nome
de quem?

saudade sem endereço?
sem ingrediente?
sem cor?
nem cheiro?

Existe saudade
do teu nome que eu não sabia.

Essa descobri que havia.

Não é estranha?

pode ser mais um antonito?

Puxam-me pela cintura
as tuas mãos

e correm ao encontro
das minhas...

tão rápidas!

as quatro se cruzam
no rodopio.

Depois se separam
se espalmam
e nos despedem.

terça-feira, setembro 2

where?

No, I'm not hiding
I know that
You know, even better

I don't hide

I play

I swing

I sing and
I dance

I just don't know where...

when you fall in love - II

what do you hear?

Do you hear my thoughts?
Can you see my throbbing heart?

Would you feel
my love singing?

Because it is so alive
that could be part
as a form of being

outside

out of me

and into you

Dumb

I told my heart
to stop following you

But he's so stubborn
and dumb

Guess it's hard
to listen
when he beats as a carnival drum

-- --

Voam
Embaralham-se
e fazem papel de coadjuvante

Meus cabelos voam
para desenhar tuas manobras

Ao som da música
do teu samba
com o ritmo que impões
sutilmente
ao meu girar

Eles voam
para me tirar de dentro
o mal estar