terça-feira, maio 15

Dias extraordinários:: Quarta e Quinta-feira, 9 e 10 de maio::

[ Vou contar, por capítulos, minha viagem de cobertura pela Visita do Papa ao Brasil ]

Nosso ônibus quase me deixou para trás. Terminei de arrumar a mala às 19h45. De repente, noto o silêncio em casa. Cadê todo mundo?, me apavorei. Mesmo!

Depois de resolvido, tentava pensar o que teria deixado para trás... Computador, máquina digital, celular, carregadores, pilhas recarregáveis, máquina analógica, filmes, dinheiro, pijama, travesseiro, identidade, ufa! Acho que embalei tudo.

Saímos. Cansada, capotei no ônibus, mal vi o filme que passava (O homem que se tornou Papa - JP II).

Assim que chegamos, encontrei Silvinha na Missa que assistimos. Eu não sabia que a veria ali. Silvinha é minha amiga de SP, jornalista. Algumas horas antes teria me avisado que além da credencial, seria necessário também um passe para entrar em cada evento. Aproveitei que ela estava ali, fui de carona até o Anhembi pegar minha credencial e me encontrar com o resto da equipe.

Lá conheci uma jornalista americana da CBS. Ela mora em Washington. Primeira vez no Brasil. Me contou que havia jantado na noite anterior na casa de uma brasileira que conhecera fazendo reportagem aqui. Estava admirada: com a nossa bagunça e com nossa hospitalidade.

Chegou a hora de pegar o passe. Vejo que meu colega de faculdade, agora trabalhando na Folha, fala ao celular chateado que não conseguiu. Pensei, não é possível. E nós? Vamos ficar de fora?

No final da fila de jornalistas e fotógrafos e cinegrafistas, um rapaz distribuía os passes. De cima de um palquinho, afirmava que a medida era para evitar aglomeração desnecessária de jornalistas. Vai entender.

A jornalista norte-americana, da TV, só conseguiu 01 passe. Ela me olhou desconsolada: como vou levar toda minha equipe num só passe? Minha mão segurava 04 passes, dois para o Correio Braziliense, dois para o Estado de Minas. Pensei: será que vamos todos? Disse a ela que perguntaria se usaríamos todos os cartões e daria o excedente para ela.

Rodrigo disse que sim, iríamos todos. Quando voltei para a sala de entrega do passe, vi um bolo de jornalistas ao pé do palquinho, implorando, aos gritos por mais passes. Me fez lembrar minha infância, quando a gente ia nas casas pegar saquinhos de S. Cosme e S. Damião, aquele bolo de crianças com a mão estendida tentando chamar a atenção para ganhar o doce.

Na mesma hora corri e gritei ao moço que distribuía os passes que sobraram: A americana! Ela não fala português, veio com a TV CBS e só conseguiu um passe! Rapidamente o cara perguntou, cadê? E eu gritei: Kim, raise your hand!! E ele deu os últimos dois passes para ela. Thank you, Fernanda.

E pensei: Quê isso! Me leva de volta aos EUA e tá tudo pago ;D

4 comentários:

FatimaLeite disse...

Demais, Nanda!!!
Espero que vc possa manter contato com a Kim e quem sabe...
Continue mandando notícias!

Beijo

Fatinha

Unknown disse...

Oi Fê,
Quanta emoção pra um dia só...quanta alegria em ajudar alguém de tão longe...o melhor é o nosso jeito brasileiro de ser que não mede esforços qdo vê alguém em apuros...e tb é acolhedor!!
Super beijo,Mamys.

Anônimo disse...

Nossa Fernanda, que orgulho, sou sua fã. Quando eu crescer quero ser uma jornalista igual a você. Beijo

Gabriela disse...

Querendo voltar mesmo?
Me explica!
Muito interessante o seu relato. Espero os próximos capítulos. Tem?

Beijos