segunda-feira, julho 14

peripécias desimportantes

De que lado vou sair?
Na Paulista. O importante é você saltar na Consolação, guarda isto, eu te encontro lá.

Sem muitos atrasos, corro ao shopping vizinho e para não perder tempo, compro o relógio de parede de presente (adoro relógios de parede!): vai ficar legal no novo apartamento dela...

E saio contente pela cidade cinza, num breve respiro de alívio. Ao saltar na Consolação, percebo: ah, mas tem duas saídas que dão para a Paulista. Nada de desencontro, a amiga está lá, do outro lado da rua, com o sorriso habitual.

Apagam-se as saudades, e por algumas horas, todos os meses de distância se evaporam. Lembra de ontem, quando conversamos em Brasília? E São Paulo vira apenas uma testemunha desse virar a página.

Uma longa (curtida e inesperadamente) longa caminhada nos levou até a FAAP. E lá, depois de papo ao ar e comprinhas nas lojas de rua, Marrocos, o útimo dia da exposição, nos aguardava.

(Mas antes tivemos de nos sentir pobres e bregas ao lado de tantas meninas-tô-quase-na-primeira-fileira-da-Fashion-Week. Nada que minha bolsa semi-fashion tirada do armário de fantasias não pudesse remediar)

Viagem pela viagem dos sonhos, e a vontade de tomar o chá de menta em copo transparente só nos fez compartilhar mais da amizade, que existe há 8 anos.

Neste dia de sol em São Paulo (um gde feito para essa cidade, diga-se de passagem), o passeio foi mero pretexto ao papo. Falamos sobre coisas da vida, da humanidade, do amor e da política e até de como encarar (ou não) os primeiros fios brancos da cabeça. Então, falamos de coisas fúteis também. (ei, vocês já testaram o novo blush líquido da Boticário? Sim, eu escrevi líquido, parece cor de esmalte e o treco de deixa com cara de ressuscitada, mesmo depois de cinco meses de exílio).

O importante não é a pauta, repito-me outra vez, mas a prosa.
E o cansaço da vida, que é descoberta mais real e menos amiga de cada dia, nos descobrimos de novo duas bourjois, quero dizer, duas burguesas desencanadas, que terminam o dia comendo pão de queijo na padaria da esquina, com direito a pingado para acompanhar.

Ah, deveríamos ter um passeio assim, a cada temporada, pelo menos. Para lembrar da vida, e esquecer de tudo.. E terminar o dia com dor-de-cabeça de tanto andarolar. Depois de quase perder o ônibus por causa de uma ligação no celular para a França ou depois de acabar no ponto final e rir de não ter reparado no percurso, que ia no sentido oposto ao desejado, por culpa do Kings of Convenience compartilhado nos ouvidos.

Não poderia ter tido uma despedida melhor de SP, passando pela Paulista, pela Sé, pelo terminal Barra Funda, pela Brigadeiro Luiz Antônio, pelo Pacaembu e pela Av Augusta (não necessariamente nesta mesma ordem, por favor, não esqueçam que eu sou uma perdida).

Obrigada, Laís.
Podemos voltar, para nos perder de novo?

:)



[quem quiser ler, ela também escreveu sobre este dia no blog dela, é só clicar aqui ]

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