quinta-feira, outubro 19

Salvem os cachorros!

[Outra historinha cross-culture...]

Ela não se conformava. Como os chineses tinham o sangue frio de comer cachorro? Sim, para quem (como eu) não sabia, carne canina é uma especiaria na China. Há vários tipos de cachorros, para churrasquinhos, assados, grelhados em diferentes ocasiões.

Naquele dia, ela acordou decidida. Não se pode salvar todos, mas pelo menos um. Pelo menos um. Lá foi ela, na feira, chegou contente pela primeira vez.

Diante dos bichinhos barulhentos, de pelo cinza claro, curto e bem pequeninos, ela parou um instante. Quem seria o felizardo? Quem teria sua salvação comprada a dólares?

Difícil escolha. Então, quase desistia, quando um fortinho olhava para ela. Mais gorduchinho - talvez com pouca auto-estima -- olha para ela quase que conscientemente. The ONE.

A música celestial começa a tocar no coração dela, que bate mais forte ao se aproximar da vendedora, uma senhora com rugas de sol, chapéu na cabeça.

E a sinfonia durou uns 15 segundos.

Ela pediu: quero aquele dali.

A moça de chapéu apontou: este?

Ao mesmo tempo que ela fazia que sim com a cabeça, com aspecto redentor, a moça num gesto rápido, pegou o cachorrinho, torceu o pescoço de uma vez e crack!

Prontinho, aqui está. Ótima escolha, vai ficar delicioso.

Ela olhou incrédula, estática. Mas não teve coragem de pegar o cão. Virou as costas e saiu.



[Outra contada por Fatinha, em terceira pessoa.]

2 comentários:

Anônimo disse...

Tadinho!!!!Fiquei imaginando a cena!!!Mas eu ainda quero saber da história do trompete!!!Abraços!!!

Anônimo disse...

Do trompete não,quero dizer do trombone,hehe...foi uma pequena troca!!