quinta-feira, janeiro 11

Férias, de novo no supermercado

Foi comprar gelatina. Dizem que prende o cabelo até debaixo d'água.
Mas não era para alisar os cabelos, era para aquela receita gostosa mesmo. Isso acontece sempre - a vó se dá na conta de que falta um ingrediente e lá vai ele para o mercado.

É que ele não era um menininho reclamão. Nunca havia sido.
Ia porque gostava de ver gente, mesmo que o desenho mais legal do mundo tivesse passando na tevê.

Gelatina colorida: tinha de ser de cor roxa.

As prateleiras já lhe pareciam mais altas. Ele costumava ir de bicicleta para o mercado, mas hoje foi de moto. Há coisas de família que não mudam mesmo. Nem passando nove, dez, vinte e três anos. No caso do Marcelo foram 19, na verdade.

Agora ele era publicitário. Que diferença ver os cartazes do mercado do seu Luis! A letra cursiva, escrita a pincél e guache por cima da cartolina (será que dava um A3 ou um B4 ?) já lhe faziam pensar em outras coisas. Não curtia mais ficar zanzando para ver as amostras grátis ou ficar esperando o pãozinho sair quentinho. Duro era não querer sofrer do próprio "veneno".

Diante da prateleira, a famosa gelatina.
Depois, a fila única do caixa ainda sem leitura de código de barra.

Rapidamente se distrai.
Vai olhando os moradores, acena com a cabeça para alguns. E nada parecia diferente. Isso não lhe incomodava. Da altura de seus 28 anos, Marcelo ainda era o Pernalonga. Quase campeão de basquete, agora um pouco menos traumatizado de suas longas canelas. O tamanho lhe era uma marca tão própria que as pessoas lhe reconheciam de costas e gritavam pernalonga!

Desta vez, a voz era parecida.
Se vira, e vê que vem sorrindo a ele Janaína.

Ah, tem coisas que mudam, sim, pensou.
Ainda bem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muitas saudades suas. Q eu te encontre de costas e te reconheça... Apareça! beijos, Sossô

Unknown disse...

Adoreiiiiiiiiiiiii...de verdade
Parabéns garotinha....New York q te aguarde...
Beijos
Lala