Naquela nuvem, naquela,
mando-te meu pensamento:
que Deus se ocupe do vento.
Os sonhos foram sonhados,
e o padecimento aceito.
E onde estás, menino sem jeito?
Imensos jardins da insônia,
de um olhar de despedida
deram flor por toda a vida.
Ai de mim que sobrevivo
sem o coração no peito.
E onde estás, menino sem jeito?
Longe, longe, atrás do oceano
que nos meus olhos se aleita,
entre pálpebras de areia
Longe, longe... Deus te guarde
sobre o seu lado direito,
como eu te guardava do outro,
noite e dia, menino sem jeito.
(colagem por cima do poema de Cecilia Meireles)
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