pego gripe, quase me perco no meio da mata atlântica
fico cansada de me descansar, fico doente de me resistir e te esperar
mas vou até o fim do mundo
a te procurar
a querer ouvir tua voz
a esperar o teu oi
a olhar tuas mensagens
a curtir alguma resposta
me viro
dou um jeito
e sem tempo
sem meios
encontro um momento
um alvo e uma forma
de te escrever, ligar, mandar um pedaço do meu amor.
e sabe o que eu descobri?
que o amor é uma arte de se multiplicar-se
e de inventar-se
pq não é mesmo suficiente dizer apenas uma vez eu amo você
não é tolo repetir outra vez
nem parece sem sentido que cada vez
soe como a primeira
ou seja bom ouvir como se não se soubesse
não se sabe do amor
nada sabemos
o experimentamos
o vivemos
e o construímos
com os gestos, sentimentos, claro
e também com essas palavras
que só são repetitivas aos olhos de quem a mensagem não é alvo.
sim, eu escrevo a você que amo você pois é quem importa receber.
não te soa sem sal
nem repetitivo pois a cada vez, para o meu amor, é diferente
como a cachoeira que deixa-se cair
como o rio que deixa-se passar
parece sempre o mesmo, mas é sempre outro
são outras águas novas a se despencar
outras chuvas a molhar-nos
e Deus nunca deixa o amor se esgotar na repetição.
se repetimos é porque sim somos um tanto limitados
limite, sim, na expressão
por que na arte de amar
essa Deus ao homem caprichou e limite
não creio que há.
amo-te e não me repito.
mas novamente te escrevo e te digo
amo-te meu amor por hoje comigo
amo-te amanhã com certeza
e depois de amanhã com outra natureza
mas pode deixar que amanhã
e depois de amanhã
voltarei a lembrar-te disto.
Um comentário:
Deixe meu querido amigo Chico ler isso, que ele vai morrer de vergonha das coisas que já fez..êêhh, esse Buarque é uma comédia...Beijo Fê, saudade de ti.
Fábio Duarte
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