terça-feira, junho 6

Objeto apreendido

Eu não queria comprar aquilo. Era barulho demais para o meu gosto. Mas ela me insistiu que na Copa seria perfeito. Não resisti aos olhos de cachorrinho perdido da Carol. Comprei dela ali mesmo, no caminho do aeroporto, nem deu tempo de colocar na mala.

Mal sabia eu da fria que me metia.
Cheguei em Congonhas e, depois de fazer o check-in, fui barrada na fila do embarque.

Senhora, este objeto é inflamável. Não pode entrar no avião. Vai ter de ser apreendido. Me avisa a moça de voz programada. Nem insisto, não vale a pena. A buzina custou apenas R$ 10 e eu nem queria levar isso para Brasília mesmo, comentei com minha colega que me acompanhava.

A moça de voz programada se compadeceu. Deve ser espírito de Copa. Ela me aconselha a despachar no check-in, junto com as malas.

Lá vou eu correndo. Cheguei no balcão, outra voz programada. Este objeto tem de ir num pacote. Preencha esta ficha por favor. Ok, só mais umas linhas e pronto.

Voltei para a fila de embarque e percebi que todo o avião estava só me esperando. Tudo por uma buzina. Minha amiga Cláudia dá risada quando me vê entrar.

Em Brasília, fico sozinha com as malas rodando. E rio de mim mesma. Se alguém sabe que estou a esperar uma buzina...

Nada. Desisti. Quer dizer, quase.
Estou caminhando para a saída do saguão quando um rapaz me chama: A senhora está esperando um objeto apreendido?

É, eu acho que sim.

Então, venha comigo. Chegando em uma salinha, sou informada de que o objeto terá de ser entregue no meu endereço. Mais uma ficha é preenchida.

Ao sair de lá, sem a minha buzina e com mais de meia hora de espera diante da burocracia, ouço o guardinha cochichar: então, descobriu quem era dono da arma? O outro ri: era aquela moça ali e... não era uma arma, e sim, uma buzina.

Depois de uma semana: a buzina voltou para SP pois foi identificada como objeto apreendido. E me disseram que já estão providenciando (sic) para que ela chegue à minha residência.

Só quero ver.
Melhor, só quero ouvir o berro. E espero que seja antes do dia 13.

[Essa quem me contou foi Fernanda Gomes.]

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa história aconteceu com vc Fê? Muito boa...
Manu

Anônimo disse...

Demais..
viagens de avião geralmente dão boas histórias..
ateh mais