Ela tinha tudo que precisava à mão: carro equipado com GPS, direções tiradas do sensacional mapquest. Agora, na hora do terror de ler as placas Exit 99 straight, Exit 97 left only a coisa é um pouquinho mais complexa. Um probleminha entre o voltante e o assento da van Grand Vouyager da Chrysler.
Então, escolheu a saída. Errada. Não percebeu, pois o Chico cantava dentro do carro para acalmá-la antes de ficar nervosa. Passou bastante tempo e nada da placa cinza aparecer de novo. De repente tudo parecia distante. Parecia caminho com cara de perdido. Sabe como é: quando você se perde a rua parece fazer cara de perdida para você.
Ela olha de novo o mapa, passa por uma indicação Vermount. Pronto. O frio da espinha - bem pior que os -2ºC que faziam lá fora - subiu-lhe com a certeza de estar errada e a incerteza de saber consertar. Onde há o retorno? E retorno para onde?
Olho no celular: low battery.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!
Pronto, o coração se desespera antes da hora.
Cala a boca, Chico Buarque! Depois você diz amanhã ninguém sabe.
Ela sai do carro para respirar. Pensa, pensa, olha ao redor... O carregador do Jonas! Sabe lá onde esse menino largou aquele negócio que carrega o celular no acendedor de cigarro. Procura pelo aparelhinho, mas não encontra.
No auge do desespero, senta no meio-fio e começa a chorar. O frio nem importa mais.
COMO vou sair daqui?
Passam-se uns longos treze minutos.
Um carro azul marinho muda de faixa, passa para a terceira da free-way, reduz de 90km/h para 30km/h, vai parando com pisca alerta.
Sai de lá um senhor meio gordinho lhe pergunta: May I help you, madam?
Ela olha para ele: Whati?
Chora mais. Não consegue nem entender, que dirá explicar.
Ela pega o mapa, mostra o endereço e aponta: here! here! entre soluços.
Ele se enternece, diz algo, e volta para o carro.
Ela entende que vai segui-lo.
E o senhor gordinho a leva de volta, um desvio de 15km na sua rota...
Ela agradece, contente por saber dizer Thank iuú! Thank you!
****
Então, escolheu a saída. Errada. Não percebeu, pois o Chico cantava dentro do carro para acalmá-la antes de ficar nervosa. Passou bastante tempo e nada da placa cinza aparecer de novo. De repente tudo parecia distante. Parecia caminho com cara de perdido. Sabe como é: quando você se perde a rua parece fazer cara de perdida para você.
Ela olha de novo o mapa, passa por uma indicação Vermount. Pronto. O frio da espinha - bem pior que os -2ºC que faziam lá fora - subiu-lhe com a certeza de estar errada e a incerteza de saber consertar. Onde há o retorno? E retorno para onde?
Olho no celular: low battery.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!
Pronto, o coração se desespera antes da hora.
Cala a boca, Chico Buarque! Depois você diz amanhã ninguém sabe.
Ela sai do carro para respirar. Pensa, pensa, olha ao redor... O carregador do Jonas! Sabe lá onde esse menino largou aquele negócio que carrega o celular no acendedor de cigarro. Procura pelo aparelhinho, mas não encontra.
No auge do desespero, senta no meio-fio e começa a chorar. O frio nem importa mais.
COMO vou sair daqui?
Passam-se uns longos treze minutos.
Um carro azul marinho muda de faixa, passa para a terceira da free-way, reduz de 90km/h para 30km/h, vai parando com pisca alerta.
Sai de lá um senhor meio gordinho lhe pergunta: May I help you, madam?
Ela olha para ele: Whati?
Chora mais. Não consegue nem entender, que dirá explicar.
Ela pega o mapa, mostra o endereço e aponta: here! here! entre soluços.
Ele se enternece, diz algo, e volta para o carro.
Ela entende que vai segui-lo.
E o senhor gordinho a leva de volta, um desvio de 15km na sua rota...
Ela agradece, contente por saber dizer Thank iuú! Thank you!
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