sábado, junho 24

Engenheiros...

Escola Politécnica de São Paulo. Aula de Teoria das Estruturas.

Entra, atrasado, Rogérinho às 8h15 da manhã num dia de setembro. Era a turma de 76.

O professor olha meio atravessado, com ar de piada e seriedade que lhe eram próprios e manda bala:

Aluno, em seu relógio não há corda?

E Rogerinho, com a irreverência e destreza de sempre, responde na lata:

Mestre, não há mola.

As gargalhadas chaquoalharam até os ombros do professor.

[mais uma contada pela Lenise...]

domingo, junho 18

Quero 3 a 0 hoje

Semana light

Pô, até que essa semana o trampo foi light.

Aé, Breno, porquê?

Faz uns três dias que eu não fotografo presunto. Tá bom.

[Diálogo com Breno Fontes, outro lambe-lambe do Correio Braziliense.]

sexta-feira, junho 16

Esta árvore tem estórias para contar!

As jornalistas por detrás das estórias...



Eu, Marina e Laís na bancada de Suplementos do Correio.

Futebol sem foto

Fui cobrir a final do campeonato goiano. Era o clássico Vila X Goiás.
Eu simplesmente o-d-e-i-o o Goiás. Mal podia esperar pelo jogo.
Saí mais cedo da redação para pegar um bom lugar.

Passou uns minutos do primeiro tempo e o Vila marcou um golaço. Pulei, gritei, me descontrolei tanto que ... quanto todo mundo sentou, pensei: Cacete, não fiz a foto!

Um calafrio passou pela minha espinha. Como ia chegar no jornal sem a foto?

Para a minha sorte -- ou meu azar -- o Vila perdeu por 2x1. E acabei fazendo as fotos dos gols do Goiás. Ninguém percebeu que não tinha a foto do gol do Vila.

Aquela foi por pouco.


[Essa quem contou foi o Edilson, fotógrafo do Correio Braziliense.]

quinta-feira, junho 8

21 Trombones e 1 novo amor

Já eram mais de nove da noite e o Flávio tocava o interfone. Vambora! O show começa daqui a 30 minutos. Show? Ãhn?

Não tinha planejado ir ao Clube do Choro. Flávio subiu e me disse que não sairia até que eu me arrumasse. Mas, Flávio, você tá solteiro agora, se eu for com você, ninguém vai te dar bola. Não adiantou. Ele insistia com todos os argumentos: você não pode perder o trombonista que vai tocar hoje, o cara é sensacional. Eu fui.

Ao entrar, meus olhos se cruzaram com os dele. De primeira. Uma vez de sopetão e depois várias consentidas. Quando ele começou a tocar - nossa! - adorei, não precisava mais disfarçar que olhava para ele.

No intervalo, ele se aproximou para cumprimentar o Flávio. E fomos apresentados. Minhas pernas já cambaleavam.

***

Não podia deixar passar mais de uma semana, senão a coisa perdia o encanto. Me admirei da artista plástica - tão branquinha e de sorriso maroto - gostar de jazz e música erudita daquele jeito.

Tinha que dar um jeito de nos vermos de novo, pensava. Como os discos em vinil já eram rarirade e ela tinha comentou que colecionava uns clássicos do jazz, aproveitei a deixa para nos encontrarmos.

Fui até a casa dela. E, claro, era parte da promessa, levei meus vinis favoritos: Chat Baker, Anturo Sandoval, JJ Johnson, Ivan Lins, Sérgio Mendes & Bossa Rio e os 21 Trombones de Urbie Green.

Ela tinha todos menos o último. Ainda bem, alguma novidade eu levei. Me surpreendi que tivesse gosto para música parecido com o meu. E completou: eu gosto de ouvir enquanto pinto os meus quadros.

Esse foi o golpe final. Não tinha mais volta, pensei. Aliás tinha sim: ela me pediu os 21 trombones emprestado e eu, depois, em troco, ganhei um novo amor.

[O casal que me contou essa historinha está junto até hoje, já se foram nove anos]

terça-feira, junho 6

Objeto apreendido

Eu não queria comprar aquilo. Era barulho demais para o meu gosto. Mas ela me insistiu que na Copa seria perfeito. Não resisti aos olhos de cachorrinho perdido da Carol. Comprei dela ali mesmo, no caminho do aeroporto, nem deu tempo de colocar na mala.

Mal sabia eu da fria que me metia.
Cheguei em Congonhas e, depois de fazer o check-in, fui barrada na fila do embarque.

Senhora, este objeto é inflamável. Não pode entrar no avião. Vai ter de ser apreendido. Me avisa a moça de voz programada. Nem insisto, não vale a pena. A buzina custou apenas R$ 10 e eu nem queria levar isso para Brasília mesmo, comentei com minha colega que me acompanhava.

A moça de voz programada se compadeceu. Deve ser espírito de Copa. Ela me aconselha a despachar no check-in, junto com as malas.

Lá vou eu correndo. Cheguei no balcão, outra voz programada. Este objeto tem de ir num pacote. Preencha esta ficha por favor. Ok, só mais umas linhas e pronto.

Voltei para a fila de embarque e percebi que todo o avião estava só me esperando. Tudo por uma buzina. Minha amiga Cláudia dá risada quando me vê entrar.

Em Brasília, fico sozinha com as malas rodando. E rio de mim mesma. Se alguém sabe que estou a esperar uma buzina...

Nada. Desisti. Quer dizer, quase.
Estou caminhando para a saída do saguão quando um rapaz me chama: A senhora está esperando um objeto apreendido?

É, eu acho que sim.

Então, venha comigo. Chegando em uma salinha, sou informada de que o objeto terá de ser entregue no meu endereço. Mais uma ficha é preenchida.

Ao sair de lá, sem a minha buzina e com mais de meia hora de espera diante da burocracia, ouço o guardinha cochichar: então, descobriu quem era dono da arma? O outro ri: era aquela moça ali e... não era uma arma, e sim, uma buzina.

Depois de uma semana: a buzina voltou para SP pois foi identificada como objeto apreendido. E me disseram que já estão providenciando (sic) para que ela chegue à minha residência.

Só quero ver.
Melhor, só quero ouvir o berro. E espero que seja antes do dia 13.

[Essa quem me contou foi Fernanda Gomes.]